segunda-feira, 22 de julho de 2019


Ronda é a mulher responsável por abrir as portas do MMA para o sexo feminino. Antes dela, algumas mulheres já lutavam, mas elas não fizeram nada para abrir as portas do mundo das artes marciais às mulheres. Por exemplo, nos anos 90, uma das mais conhecidas lutadoras estava tomando bombas para ficar forte igual aos homens, o que a afastava de sua natureza feminina, consequentemente as outras mulheres não se sentiam representadas e não nutriam interesse pelo mundo das lutas. Com a Ronda foi diferente. Além de lutar bem, era bonita e feminina, não ficava tentando parecer um macho mal-acabado. Desse modo, as mulheres sentiram-se representadas por ela.



Entretanto, para chegar aonde chegou, ela percorreu muitos caminhos pedregosos. Logo na infância, seu pai sofreu um acidente que o deixaria tetraplégico, mas ele não aguentou e se suicidou antes. Isso influiu muito em toda a sua infância e adolescência. Influenciada pela mãe, AnnMaria De Mars, primeira americana a ganhar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Judô, começou a treinar e a participar de vários campeonatos mundiais de judô. Toda disputa era uma superação diferente para ela, seja para manter o peso, seja para superar suas adversárias. Após conquistar algumas medalhas, entrou em um hiato, trabalhando em vários empregos, ora como garçonete, ora como auxiliar veterinária.
Em 2010, estreou como lutadora de Artes Marciais Mistas. Para isso, porém, teve que superar diversos preconceitos. Na academia em que treinava, era desprezada por seu treinador e pelos outros lutadores por ser mulher. Foi sua persistência que fez com que Edmond Tarverdyan, seu treinador, aceitasse treinar luvas com ela.
Depois de muitas vitórias em campeonatos amadores, vencendo suas oponentes com seu famoso Arm lock, Ronda chamou a atenção de Dana White, dono do UFC, que a contratou para o evento mais famoso de Artes Marciais, assim como outras lutadoras, comprando também o próprio evento Strickforce. Roudy Ronda Rowsey foi um sucesso absoluto e se manteve no topo por vários anos.
O livro foi escrito pela Ronda e pela sua irmã, a jornalista esportiva Maria Burns Ortizé, e é recomendadíssimo por seu teor motivacional. Eu já gostava da Ronda antes e passei a gostar mais depois que conheci sua história mais a fundo. Amei muitíssimo! 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Sobre O Corcunda de Notre-Dame


Ambientado em uma Paris Medieval e lançado em 1831, esse livro traz a história do corcunda Quasímodo. Ele tem esse nome porque foi encontrado no dia de Quasímodo, que é o primeiro domingo após a Páscoa. Por caridade, foi adotado por Claude Frollo, Arquidiácono de Notre-Dame, que o torna sineiro da catedral, trabalho que o deixe surdo. Ambos nutrem uma paixão por uma moça chamada Esmeralda. Ela era uma “cigana” que andava pelas ruas fazendo truques com uma cabrita chamada Djali. Esmeralda gosta de um oficial chamado Phoebus. Todavia, ele não sente os mesmos sentimentos por ela, na verdade, ele só quer se aproveitar da coitada. Isso a coloca em graves apuros.

No início, o título da obra era apenas Notre-Dame de Paris. Victor Hugo tinha o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância de conservar a catedral. Tanto é que, no Capítulo 3, ele tece duras críticas ao tempo e aos homens, que falharam na missão de conservar a igreja. Para ele, a ela era muito mais do que um monumento, era um símbolo, e a arquitetura era o grande livro da humanidade. Anos depois, Notre-Dame foi salva de ser demolida graças à popularidade do romance de Victor. Isso porque, durante a Revolução Francesa, a massa de revoltados a deixou quase que destruída. Eis o poder da Literatura!




Enfim, a narrativa é simplesmente extraordinária. A ironia do narrador em certos trechos me fez cair na gargalhada, sem contar a descrição dos locais e personagens. O final é bem trágico, não tem nada a ver com as adaptações feitas por aí, é muito melhor. 

Amei muitíssimo!  

Sobre A Montanha Mágica


A obra nos traz a história de Hans Castorp, um jovem engenheiro simples e sem lá grandes “interesses elevados”. Antes de iniciar sua carreira, ele viaja para visitar seu primo tuberculoso Joachim Ziemssen, que vive no Sanatório Internacional Berghof. Entretanto, Após um tempo no local, Castorp faz um exame e descobre um problema no pulmão. Desse modo, ele fica muito mais do que o planejado no sanatório. Na história, o tempo é algo complexo.
Entrementes, ele trava relações com diversas pessoas. Cada uma representa um determinado pensamento relacionado aos pensares pré-guerra na Europa. Os relacionamentos que ele tem com esses personagens influenciam grandemente em suas percepções sobre tudo: filosofia, ciência, religião, política etc.
O livro é um romance de formação, que é um romance em que o processo de desenvolvimento psicológico, moral, físico ou estético de um personagem é exposto. A obra mais clássica desse estilo é Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister. No “A Montanha Mágica”, podemos observar a formação do jovem singelo Hans em um homem com mais visão de mundo.


Eu gostei da obra, mas esperava mais. Tenho certeza que se tivesse lido quando era adolescente iria gostar muito mais. Isso porque eu era mais mórbida e ainda não tinha as percepções filosóficas que tenho hoje. Tenho certeza que acharia o máximo as filosofias do personagem Settembrini, que é um humanista que exerce grande influência no caráter de Hans. Além disso, tive certa dificuldade para criar certas cenas no imaginário, visto que nunca fui a um sanatório. Imaginei um lugar claro, frio e melancólico.

Enfim, o próprio autor, Thomas Mann, indica ler a história pelo menos duas vezes para compreender certas partes. Acho válido, mas não tenho intenção de ler novamente no momento. Por ser um livro enorme, algumas pessoas se assustam, mas achei a leitura mais fluída do que imaginava.


sábado, 1 de junho de 2019


Às vezes, sinto que 2000 a 2010 não existiram, foram apenas um sopro; ao retomar o tempo, sempre pulo de 2019 para os anos 90. Será nostalgia, será ação não vivida, será que o mundo acabou na virada do milênio e estamos vivendo apenas uma ilusão, apenas resquícios?



O silêncio sempre foi muito presente, pois era a única forma de cessar as ameaças e dar continuidade à cidade, sem que corroesse. A cidadela, porém, não aguentava mais e sentiu necessidade de expressão. Afinal, ela era expressiva; O medo, porém, tornou a região quieta. Por conta da quietude presente, expressões de alto teor foram suprimidas e enterradas, talentos, emoções, cantos, viveres. Entretanto, a angústia continuava sempre era presente no cotidiano, havia algo a mais querendo sair, mas não sabia como; Certo morador expressou o que sentia por meio da seguinte frase: Era como se eu fosse uma águia e estivesse preso no corpo de uma galinha.
Todos riram, mas a angústia aumentou; um silêncio mais mordaz tomou conta do povoado; Entrementes, um estrondoso barulho tirou os viventes de seus estados calmos, dando lugar à euforia. Lá no meio, na praça de árvores frondosas cobertas por neve, jazia um homem. Ao chegarem mais perto, notaram ser o senhor da frase excêntrica. Ele estava pendurado por uma corda e seu pescoço quebrara; o barulho, porém, era devido ao disparo que infringiu a si mesmo. O medo era tanto, que não queria sentir a dor da liberdade! Foi-se!

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Sobre A Mulher de Trinta Anos


Concluído em 1842, este romance nos traz a história de Julie d’Aiglemont, uma moça que só pensa em casar, assim como a maioria das moçoilas da época. Porém isso contraria totalmente os conselhos de seu pai. Para ele, tudo o que ela deseja não passa de ilusões de sua mente.
Julie ignora totalmente a prudência e o bom senso de seu pai e se casa com um coronel do exército. Pouco tempo depois, descobre que o velhote estava certo. Ela começa a enxergar que tudo não passava de quimeras e vive uma vida infeliz. Aquela moça alegre e apaixonada agora era um ser melancólico e frustrado.
Como um sopro, as palavras de seu pai sempre surgiam em seus ouvidos, causando peso e tristeza. Todos os seus infortúnios provinham da insensatez de não dar ouvidos aos conselhos. Não bastasse isso, Julie era uma mulher de espírito e sentimentos elevados, enquanto seu marido era um desses homens tolos que se passam por superiores, seja por conta de um cargo ou de um título.




Na época, a mulher não podia solicitar o divórcio. Consequentemente, Julie estava condenada a viver uma vida de sofrimentos. Por conta dessas decepções, ela começa a nutrir interesses por outros homens. O nascimento de sua filha, Helena, só piora o seu estado. Agora, além do desgosto do casamento, precisa lidar com a insatisfação da maternidade.
Após anos miseráveis, aos 30 anos, ela conhece o grande amor da sua vida: Charles de Vandenesse. Os dois vivem um caso de amor.     Só aí ela entendeu plenamente o conselho de seu pai: Não deveria ter se casado por convenções, mas ter esperado até encontrar o seu verdadeiro par.
Gostei da história do início ao fim. As partes consideradas “meio paradas” para uns não foram suficientes para que eu ficasse entediada com a leitura. Amei o estilo realista de narrar do Balzac. Foi o primeiro livro dele que li, e agora fiquei com vontade de ler os outros.
É um excelente livro para entender a realidade da vida de muitas mulheres antigamente, quando o casamento era o único objetivo, como um contrato social, e o divórcio não era permitido.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Este romance, de 1910, nos traz a vida de Kuhn, um jovem abastado estudante de música que sofre um acidente e fica com a perna coxa, o que faz com que tenha que andar com bengala, coxeando pelos lugares. O desastre muda completamente seus dias, tornando sua existência melancólica e nostálgica. Esse mundo saudoso e tristonho, porém, o ajuda a focar em sua carreira de músico, transformando em arte e beleza suas frustrações e sofrimentos.


Entrementes, ele conhece Muoth, um jovem cantor de personalidade irascível e “filosófica”. Eles viram bons amigos. Os dois têm conversas mais aprofundadas sobre a existência, o que traz à história aquele toque espiritual característico das obras de Hesse, como neste trecho:         
“Considero a vida humana como uma noite profunda e triste, que não se suportaria se, em um ponto ou em outro, não rutilassem repentinos clarões de uma luminosidade tão consoladora e maravilhosa, que seus segundos podem apagar e justificar anos de escuridão.”
Também conhece e se apaixona por Gertrud, a moça que dá nome ao livro. Ela é uma mulher bela e distinta, porém, por não pressentir o amor puro e sincero do jovem aleijado, segue por caminhos tortuosos.

Hermann Hesse é meu autor preferido desde quando tinha 16 anos. Eu o conheci por meio do livro Demian, que amei desde o início. Não há obra alguma dele que me desagrade, todas me são perfeitas. Esta não poderia ser diferente. Amei muitíssimo!

Ronda é a mulher responsável por abrir as portas do MMA para o sexo feminino. Antes dela, algumas mulheres já lutavam, mas elas não fizera...